terça-feira, 22 de abril de 2008

Caso Isabella

Uma garota meiga, alegre, educada e considerada mocinha, devido à sua precoce maturidade. O país está em luto diante dos atos brutais que tiraram a vida da pequena Isabella. Em bares, restaurantes, shoppings só se fala nisso. Cidadãos pedem justiça. Vândalos aproveitam o tumulto e provocam mais confusões.

Tenho observado a postura da imprensa neste caso. Muito se fala se este não é mais uma Escola Base. Acredito que não. Dessa vez, as mídias noticiam informações baseadas em declarações de promotores e delegados. O que há são especulações feitas por especialistas que vão, principalmente a programas de TV, que usam o fato para alavancar índices altíssimos de audiência mórbida.

O programa da rede Record, “Balanço Geral” é um dos que mais exploram. Semana passada, o programa apresentado por Luis Geraldo, levou pedaços de carne, gramas e uma réplica da janela com a tela de proteção para exemplificar como o chão e as fraldas ficaram sujas de sangue e como a tela foi cortada às pressas. O sensacionalismo chegou a este nível horroroso, de mal gosto e de uma falta de respeito e limites absurdos!

Programas femininos diários matutinos, levam especialistas para comentar os laudos divulgados pela Polícia e IML. Tentam construir nas mentes dos telespectadores o perfil dos prováveis assassinos, assim como a cena do crime. Este assunto ocupa todo o espaço da programação.

No domingo, 20 de abril, o Fantástico apresentou a milhões de telespectadores uma entrevista com os indiciados pela morte de Isabella, o pai Alexandre Nardoni e a madrasta Anna Carolina Jatobá. Se é que é possível chamar aquilo de entrevista. Não houve questionamentos diretos sobre as provas da polícia contra os indiciados. Foi disponibilizado aos dois, aproximadamente 30 minutos para apenas se defenderem das acusações dizerem que são completamente inocentes. Que desconhecem os vestígios de sangue no carro, e os rastros deixados no apartamento, nos calçados e nas roupas. Obviamente, foi uma estratégia de defesa. Tal entrevista, será utilizada no momento do julgamento. O choro forçado, as frases mal formuladas e repetitivas, as sombras na casa (provavelmente dos advogados) que orientavam cada palavra e cada frase dita. A tentativa de choro a um nível de cinismo absurdo. O promotor público Francisco Cembranelli declarou que em 5 horas de depoimento à polícia, Anna Carolina não derrubou uma lágrima sequer. É nítida a inversão de postura diante das câmeras. A estratáegia é: a mesma mídia que os condenou, poderá ajudá-los no julgamento.

Me espantou a postura de Valmir Salaro nesta reportagem. Assisti uma palestra dele na Unip e me pareceu muito competente, ético e centrado. Não temos como saber como foi o acordo para concessão dessa entrevista. Com certeza, eles colocaram como condição falar apenas sobre coisas que eles achavam importantes e que não os compremetesse. Estratégia de defesa, claro. Completamente aceitável e compreeensível. Afinal, ninguém quer ser condenado.

Enquanto isso, a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, tenta reeguer-se do duro golpe que sofreu. Questionada sobre não se pronunciar com as divulgações de laudos e entrevista do pai e da madrasta, ela responde: “As pessoas querem que eu faça escândalo, não vou fazer isso.” A população faz por ela, escrevendo cartazes, atirando pedras, invadindo a casa dos parentes dos acusados, tumultuando e até cantando parabéns no dia do aniversário da garota.

Agora, se a imprensa não faz tudo isso, este seria mais um caso esquecido pelas autoridades?

Para tudo há dois lados.

O mais sensato a fazer é: mudar de canal quando o nível desce demais, participar de entidades de apoio a parentes que perderam seus entes queridos de forma brutal e rezar, mentalizar positivamente para que casos como estes sejam solucionados e que não ocorram nunca mais.

Isabella, para sempre nossa estrelinha.

PAZ!

3 comentários:

Anônimo disse...

O assunto anterior era só o cartão corporativo, o suposto dossiê e a Dilma.Com a solução do caso Isabella, nos próximos dias, qual será a nova novela? Êta imprensa sem assunto.Falta você pra mudar tudo isso Flávia.

Um beijo!

Alcides

Anônimo disse...

O sensacionalismo barato neste caso, está de fato ultrapassando os limites do absurdo. Porém, nenhum absurdo é tão grande quanto o que aqueles malditos fizeram com essa criança. A entrevista foi patética, prefiro nem comentar.Apenas rezo para que Deus ilumine as mentes das pessoas competentes para que a justiça seja feita o mais rápido possível, pois a Isabella já perdeu sua jovem vida, agora resta fazer com que os responsáveis por isso percam, de outra forma, sua medíocre existência!

danii disse...

indignação....
é a palavra...

gostei muito de seu blog...
bhkssss

passa no meu quando der..

www.daniilopes.blogspot.com