sexta-feira, 7 de março de 2008

Uma benção


Era uma manhã fria, o vento soprava forte, as nuves estavam escuras e carregadas. Um dia assustador. Me sentia triste, perdida, com medo. Não sabia o que fazer. Como agir. Com quem falar. Estava completamente sozinha.

Saí de casa e decidi enfrentar o medo da tempestade que se aproximava e o medo dos meus próprios sentimentos e questionamentos. Fui andando por uma estrada sem asfalto. A terra já ficava úmida por causa da chuva que começava a cair forte. Fui em frente, sem olhar pra trás. O caminho era longo. Não haviam árvores, casas, pessoas. No horizonte, somente a estrada. Nenhum carro. Apenas eu e o infinito.

Andei, andei. Caía uma chuva torrencial. O medo era grande, mas aliada a minha coragem de querer encontrar um refúgio, um porto seguro, era muito maior.

Avistei um campo de futebol abandonado. A lama tomou conta do gramado. Entrei para ver se encontrava alguém sem sucesso. De repente, uma onda de uns 3 metros se aproximava. Comecei a correr. O campo era cercado por alambrados de alumínio. Não encontrava um portão, nem o fim daquela cerca. Resolvi escalar e pular para o outro lado. Subi cerca de 4 metros e pulei do outro lado do campo a tempo de escapar da correnteza. Olhei pra trás e vi tudo sendo arrastado. A água levava tudo embora. Era suja, marrom, espessa. Se não tivesse pulado a cerca, teria morrido, certamente.

Respirei fundo e olhei para os lados. Avistei uma Igreja pintada de branca. Era extremamente branca. Respirei fundo e decidi ir até lá, apesar do medo. Ela parecia abandonada. Cheguei. Como imaginava não havia ninguém. Fiquei em silêncio. Olhei para alguns santos e vi Nossa Senhora. Fiz o sinal da cruz e continuei caminhando. Sentia um misto de medo e curiosidade. Ouvi passos. O Papa João Paulo II entrou. Caminhava em minha direção. Fiquei imobilizada. Ele chegou perto, com as duas mãos segurou minha cabeça e me deu um beijo carinhoso na testa e disse: “Deus lhe abençõe, minha filha”. Respondi: “Amém.”

Acordei.

Este foi um sonho que tive com o Papa há dois anos. Este sonho foi a resposta para muitos questionamentos e a minha grande inspiração, fonte de força e paz em momentos de incertezas, medos e aflições.

No Natal de 2006 vi uma imagem na televisão que mexeu comigo. Vi o Papa beijando a testa de uma bebê. Comentei com a minha mãe: “Nossa que benção. Que sorte esta garotinha teve.” Em sonho, ele realizou meu desejo. Sinto-me abençoada por isso.

Escrevi este texto atendendo um pedido da Irma e para exemplificar como este mundo é maravilhoso (mente e coração) se estivermos abertos às energias positivas. Se agirmos de forma sincera e honesta, se acreditarmos na força e na pureza do amor, da amizade, da fraternidade.

Escrevi com os olhos cheios d’água. Algo muito bom preenche meu coração. Não sei explicar através das palavras. O que posso fazer apenas é olhar pro céu azul e agradecer à Deus por ter minha família, meus amigos, meu trabalho, oportunidade de estudar, ter saúde e paz!

Beijos e bom fim de semana! :)

2 comentários:

Flávia Fabri Cesário disse...

Irma, a publicação de hoje é para você!

Beijão!

Anônimo disse...

Rs...que linda! Que honra a minha ter uma dedicatória aqui no seu espaço!

Muito lindas as palavras. A descrição detalhada nos faz entrar no clima, na situação. Dá para sentir...muito lindo, muito bom!

Que seu texto posso alcançar os corações e assim, que possa transmitir a acolhida, o amor e o zelo que a Santa Igreja, em nome de Deus, tem por todos nós.

Muita paz para vc, querida!